A voluta de pétalas dormentes
Tremulou da leve haste à corola
Ao toque que a viola, mas consente
Inebriar a timidez da rosa
Viçosa, abriu-se a rosa num suspiro,
Na primavera do êxtase ansiado
Freme, desliza, invade-a, ó viril
Áspero espírito, amado pássaro!
Na devassada terra pousa a ave
Do ventre, as latitudes conquistadas,
A rosa desabrocha enamorada.
Mas a ave, severa e triste, voa
- do túrgido torpor também escrava -
E a rosa morre, só, despetalada.